Um rio nasce do nada, tal como as estrelas são douradas e o fogo é incandescente. A água corre, enrola-se e serpenteia. Da nascente até à foz. A vida inteira.

Para pensar

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

De repente



De repente, num instante, a cor é outra
Acordam os rasgos e as tiras da roda colorida da vida
Saltam à nossa frente os sustentos da leveza eminente
Mas, de repente, num instante... Sofre a gente!
Amaldiçoam-se os defeitos, fazem-se reparos aos outros
Sobram poucos!... Quase nenhuns, quase ninguém!
Porém, de repente, num instante, emano os poderes do além,
essa energia crescente e flamejante - o meu sol circundante
Acalmo.
As ondas sussurram na areia d´ouro finas melancolias
Embaladas na foz do rio
Ao largo passam as frotas de navios em desespero
Alma minha gentil, voltaste de repente!
Num instante sou corpo, sou gente, sou alguém!
Montanhas nevadas, trenós galopantes, cavalos com asas,
memórias distantes, num instante
Recuso e acuso.
Se invoco, me impeço de haver um começo
De ter um curso - regato rendido às portas da vida
Mas, de repente alguém bate - Sou gente!

Alexandre Reis (X)

3 comentários:

Anónimo disse...

muito lindo e de repente me vejo aqui a lêr tanta beleza parabéns:) se kiseres passa no meu blog e me diz o k achas
bjo
carla granja

Páginas Soltas disse...

Toc toc... Quem bate há porta é alguem que ficou maravilhada com o teu texto!

" Num instante sou corpo, sou gente, sou alguém"...

E se és... Um poeta com todo o mérito!

Beijos da

Maria

Serenidade disse...

Alexandre,

és gente que acorda, de repente, de um momento de viagem além da tridimensionalidade.... mas sonha e sonha e sonha...

Serenos sorrisos