Um rio nasce do nada, tal como as estrelas são douradas e o fogo é incandescente. A água corre, enrola-se e serpenteia. Da nascente até à foz. A vida inteira.

Para pensar

terça-feira, 27 de novembro de 2007

tempostade de areia



O tempo, o estado
o estado do tempo,
tempo estado
uma tempestade.
Tempo em grão,
o torrão de areia
que corre e escorre.
Grão que emperra
a máquina do tempo
instado, sem estado.
Fio de areia
que cai pelo tempo
em contratempo.
Sangue na veia
que escorre e corre
num movimento
constante, sem tempo.

Alexandre Reis (Znow)
"Escrita sem rede e sem tempo..."

sábado, 17 de novembro de 2007

À margem



Um rio nasce do nada,
tal como as estrelas são douradas
e o fogo é incandescente.
Da alma surge a água
que cai em lágrimas de sofrimento.

No outro lado do rio
há nuvens num céu cinzento.
Nasce a vontade de inventar
um rumo novo,
redescobrir outros tempos.

Navego na barca dos amantes,
desesperadamente...
À noite, o desconhecido,
a constante procura da luz.
Até que, de repente,
o rio estende-se
e confunde-se no mar da vida.

Alexandre Reis (JX)

Eis o poema introdutório de um livro organizado mas não publicado

sábado, 3 de novembro de 2007

Desculpa lá



Ontem tudo estava bem
ontem sentia-me alguém
mas esse sentimento passou.
Agora faz-me sentir diferente
o meu simples olhar de gente
que de amor se quedou.
Desculpa, não te quero magoar
mas foi num primeiro olhar
que te amei...
Agora, é difícil de dizer
que passei a entender
que tudo sonhei.

Desculpa lá
já sei que não dá
que o meu amor acabou
Desculpa lá
se o que deixei para trás
não foi um pouco de amor.

Alexandre Reis (E7)
"há uns bons anos... era eu um adolescente"