Um rio nasce do nada, tal como as estrelas são douradas e o fogo é incandescente. A água corre, enrola-se e serpenteia. Da nascente até à foz. A vida inteira.

Para pensar

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Vozes roucas



Não vale a pena remar contra a maré.
Da gente se faz nada, sem brio mas com garra
para que o povo possa sentir os pés no chão.
As vozes são poucas, abafadas e roucas,
despedem-se dos corpos vazios e discretos
e perdem-se nas estatísticas e na publicidade.

Atrás de uns e de outros circulam os devotos,
soldados paridos de uma pátria de renegados
que se esfregam nos altares da inquisição.
Acima de tudo isto (livre de qualquer suspeita)
espreita Jesus Cristo, deus-homem ressuscitado
nas finanças, na biblioteca e na televisão.

Alexandre Reis (D15CM)

5 comentários:

Serenidade disse...

Gostei de cá passar e a poesia é de qualidade imensa.

Obrigada pela visita.
Volte sempre.
Voltarei se me permitir.

Serenos sorrisos

[[cleo]] disse...

Olá!
Hoje fui visitada por alguém, que possui um cantinho recheado de belos poemas e que irá ficar ainda mais cheio, à medida que for crescendo, tanto como a inspiração do seu autor!

Gostei muito deste espaço, mais um a visitar daqui por diante, pois tem tudo para ser um local aprazível... a poesia!

Beijo

Nilson Barcelli disse...

Obrigado pela tua visita e comentário.
Li alguns poemas teus e gostei.
Voltarei mais vezes, por certo.
Abraço.

Alexandre Reis disse...

à serenidade

Permissão concedida... Serena e a sorrir!
Quanto à poesia ser de qualidade, isso será da permissão dos olhos que a lêem...

LuzdeLua disse...

Bem amigo, ao começar te ler percebo que além da tela de fundo (em comum) mais coisas...
Suas poesias têm muita qualidade, de muito bom gosto. Em comum a leveza de palavras talvez.
Obrigada pela visita e vou voltar com certeza, porque gostei muito do que li e vi. Vou te linkar por lá.
Beijos