
Há brados de espanto no ar,
borboletas douradas de fantasia
que se inventam por encomenda
e depois se libertam.
Há sorrisos abertos e livres
de infantes criados nas lides
do mar que se enfrenta.
Laços desfeitos em ternura,
um pouco da minha vida
à deriva.
Não vejo mais nada:
tudo cai despido de alma,
solta ou leve nas penas
que se desprendem
das estrelas mais altas,
luzes da ribalta,
galãs de cinema.
É a fama
que escolhe quem chama
e rejeita quem se deita
ao sucesso ou drama
de ser escrita.
Pergaminhos, papiros da Babilónia,
pedaços de ideias e folhas
nas ondas de cada segredo
da nossa vida.
Por aqui caminho, por aqui crio
as magias de uma arte
que navega ao largo
e passa num braco
à deriva.
Alexandre Reis (H1)
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