
Slips molhados loucos de humidade,
seios destapados de ouro enrolados
nessa areia que é fogo.
Sabe a maresia a luz da noite,
essa lua à solta pela praia
deserta e cheia de ti.
Enrolam-se as cores dos trapos esquecidos
no mar de conchas ávidas de sentidos,
nas ondas intensas do prazer.
Soltam-se pelo corpo mais pedidos
de navegar nas costas, ao vento
na pele da minha sede.
Percorre-me pelos lábios tal loucura
que movimenta e verte água do meu ser;
É a nua chama de sentir.
Olhos semicerrados, ventres colados,
Apertam-se dedos de música tocados
e unem-se as coxas outra vez.
Arrepios provocados, soluços defraudados
Intensas ousadias causadas
que te entreguei.
Dunas esquecidas, húmidas de vida,
enchem os corpos em frenesim
de ondas salgadas.
Cabe à lua quando quiser
oferecer por mim o amor
que me prende à mulher.
Alexandre Reis (H8)