Um rio nasce do nada, tal como as estrelas são douradas e o fogo é incandescente. A água corre, enrola-se e serpenteia. Da nascente até à foz. A vida inteira.

Para pensar

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Nenhum ano novo



À beira de um ano novo
acende-se o lume
apaga-se o fogo.
Ateia-se a chama
desvenda-se o ciúme
faz-se tudo de novo.

Fermenta o destino
a labareda do povo
que salta o abismo.
No repique do sino
sente-se o orgasmo
e chega-se ao cume.

Sentado ao lume
sem fogo e com fome
que resta do mundo
para onde vai o Homem?

Alexandre Reis (Z12)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

tempostade de areia



O tempo, o estado
o estado do tempo,
tempo estado
uma tempestade.
Tempo em grão,
o torrão de areia
que corre e escorre.
Grão que emperra
a máquina do tempo
instado, sem estado.
Fio de areia
que cai pelo tempo
em contratempo.
Sangue na veia
que escorre e corre
num movimento
constante, sem tempo.

Alexandre Reis (Znow)
"Escrita sem rede e sem tempo..."

sábado, 17 de novembro de 2007

À margem



Um rio nasce do nada,
tal como as estrelas são douradas
e o fogo é incandescente.
Da alma surge a água
que cai em lágrimas de sofrimento.

No outro lado do rio
há nuvens num céu cinzento.
Nasce a vontade de inventar
um rumo novo,
redescobrir outros tempos.

Navego na barca dos amantes,
desesperadamente...
À noite, o desconhecido,
a constante procura da luz.
Até que, de repente,
o rio estende-se
e confunde-se no mar da vida.

Alexandre Reis (JX)

Eis o poema introdutório de um livro organizado mas não publicado

sábado, 3 de novembro de 2007

Desculpa lá



Ontem tudo estava bem
ontem sentia-me alguém
mas esse sentimento passou.
Agora faz-me sentir diferente
o meu simples olhar de gente
que de amor se quedou.
Desculpa, não te quero magoar
mas foi num primeiro olhar
que te amei...
Agora, é difícil de dizer
que passei a entender
que tudo sonhei.

Desculpa lá
já sei que não dá
que o meu amor acabou
Desculpa lá
se o que deixei para trás
não foi um pouco de amor.

Alexandre Reis (E7)
"há uns bons anos... era eu um adolescente"

domingo, 28 de outubro de 2007

Restos



Já nada resta aqui.
Partiram todos para o outro lado do rio,
faz muito tempo.
Despeço-me hoje e volto amanhã
porque haverá menos gente.
Não interessa procurar,
estão todos no devido lugar
e nada me pertence.



Já se foram embora.
O sino toca a toda a hora
para avisar da solidão que me espera.
É tão tarde por ser assim,
nem há Primavera que me alegre
estou sozinho, enfim.

Ouvem-se os gritos daquela miúda
que sabe tudo quanto há-de ter,
que escolhe quem amar
para nem sequer ter prazer...
Sempre me enganei por estar certo
neste eterno espaço aberto
onde um dia entrei.
Que me resta fazer por cá,
senão procurar aquilo que não há
e com sempre sonhei?


Alexandre Reis (K3)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Ideias coloridas



Quero ter-te em todas as ideias
à procura das cerejas
que florescem nas aldeias
e dos flamingos
que pintam quadros ao pôr-do-sol
nas cores que trouxeres
na tua saia de guizos
no teu colar de sentidos
nos naufragantes vestidos
nas cores em que somos felizes!

Alexandre Reis (HX-MC)

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Sublime



Se nada mais existe
para lá do pensamento
deixem-me viver aí sempre.
Nessa imensidão do desconhecido
que navega pelo infinito
e cresce cá dentro.

Não há nada mais sublime
do que amar cada ciúme
que tenho de mim.
Nem a vã sensatez de querer
ser mais alto que o céu
e descobrir ouro nas estrelas.

Alexandre Reis (HX)

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

No Vale do Leva (II)



Hipnotismo de luz pelas arestas das manhãs
passadas nos rios que nos banham,
hipopótamos gigantes reconfortados com a lama do paraíso.
Botões, écrans e papéis. Discursos e campainhas.
Campanhas de automóveis de fumo no bebedouro dessa aldeia
pintada de baton que embeleza a saúde.
Raízes destroçadas, canos entupidos, electricidade inconstante.
Vidros partidos, sabor a aperitivos, sacos de espuma elástica,
pastilhas, olivais abatidos, tesouras de coito interrompido,
ceroulas penduradas nas janelas, telhados de vidro - estaladiço.
Bicas de almoço e cigarros de incenso:
a química das coisas é o cerne do conhecimento.
Lâmpadas claras noite dentro iluminam caras
debruçadas sobre mesas, num convento.
Semáforos cinzentos, dias mundiais do envelhecimento,
muralhas semiderrubadas pelo vento.
Linhas de alta velocidade com o rápido destino
da capital, terramoto dos acontecimentos.

Somos nós que nos amamos; Somos egoístas...

Alexandre Reis (x)

domingo, 30 de setembro de 2007

No Vale do Leva (I)

Sinto-me colado à parede de ferro,
forte de invasões à Terra do futuro.
Quero partir de vez mas, mais preso, aqui estou ainda.
Não consigo evitar a constante tentação de sucumbir.
Fiquei parado na esperança que o movimento cesse,
para então embarcar neste cais de um rio seco.
A moda e o conhecimento avançam,
mas cada vez mais a evolução sofre de invalidez.
Quem somos nós que não acompanhamos a rotina do Sol
nem deslumbramos a êxtase da Lua?
Estou à espera de quê?!
Da harmonia que se aproxima, quanta demagogia!
Do futuro em páginas coloridas, memorandos do século da Vinda.
Sei que o selecto espelho da fama engana várias fadas
que os Deuses criaram no seu Universo.
Quem são os verdadeiros autores da Escala da Vida?
Sois Vós, os Mortos.A continuidade já está perdida!

Alexandre Reis (X)

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

De repente



De repente, num instante, a cor é outra
Acordam os rasgos e as tiras da roda colorida da vida
Saltam à nossa frente os sustentos da leveza eminente
Mas, de repente, num instante... Sofre a gente!
Amaldiçoam-se os defeitos, fazem-se reparos aos outros
Sobram poucos!... Quase nenhuns, quase ninguém!
Porém, de repente, num instante, emano os poderes do além,
essa energia crescente e flamejante - o meu sol circundante
Acalmo.
As ondas sussurram na areia d´ouro finas melancolias
Embaladas na foz do rio
Ao largo passam as frotas de navios em desespero
Alma minha gentil, voltaste de repente!
Num instante sou corpo, sou gente, sou alguém!
Montanhas nevadas, trenós galopantes, cavalos com asas,
memórias distantes, num instante
Recuso e acuso.
Se invoco, me impeço de haver um começo
De ter um curso - regato rendido às portas da vida
Mas, de repente alguém bate - Sou gente!

Alexandre Reis (X)

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Instante



Das histórias que se contam não há nada p´ra esconder
Das memórias que se seguem, os livros não o sabem dizer.
Se, lá no fundo, há retalhos e versos perdidos num homem,
que se pode fazer?!
Não há rasgos de aventura e de emoção para viver
São os olhos que fecham e não se cruzam ao amanhecer
Ditam as fitas o que a sorte pode oferecer.
Já se apagam as luzes ao anoitecer
Lá fora já é hora de se esconder
Perdem-se as horas ao encontro da mulher...

São as ideias mais ternas que um homem tem
São as vitórias que não se contam mas sabem tão bem
São as manias de já julgar ser alguém
mas não resta ninguém...

Das músicas que se ouvem e tocam por aí
Das letras que invento ao pensar em ti,
saberá este mundo de um homem profundo
que se perde assim?!
Não há barcos de ilusão que não passem aqui
São os segredos que se lembram e que senti
Digam as mentiras que procuram e desejam em mim!

Ainda são as palavras que te dizem a todo o momento
dos sons e das imagens que se captam em movimento
mas nada vês nem descobres cá por dentro,
um sentimento!


Alexandre Reis (H11)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Incontornável


criss.site.voila.fr

Foge-me o espaço,
foge-me o tempo!
Caio sem asas e com receios.
Vão-se as dádivas d´outrora,
não se encontram dúvidas nem divas
mas as certezas não existem.

Apagam-se as luzes
por todo o terreno.
Sem raízes nem folhas soltas,
por nada resisto,
de tudo me desprendo.

Desfolham-se os livros
de histórias sem enredos;
Descobrem-se os segredos
remotos de outros tempos,
sozinho no sofrimento!

Foge-me o espaço
e não encontro o tempo.
Para onde foi o encanto
de outros momentos?
Foge-me o espaço
e já não tenho tempo
de te ter nos meus braços,
de te ler por dentro...

Alexandre Reis (H1)

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Decreto da não poesia



Hoje não há poesia. Não vou reler folhas, reescrever versos ou buscar inspiração para outros. Não posso, não consigo, não quero.
Queria antes que o tempo voltasse atrás e se rebobinasse a fita de cada vez que se atenta contra a inocência e se destrói a Humanidade e a Unidade.

Aos 11 dias do mês de Setembro de 2007
Que se releia o Firmamento
Alexandre Reis (Z)

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Sou


Pintura de Magritte

Sou louco
sou trouxa
sou tudo o que queres, eu sei!
Sou ridículo,
estranho talvez,
mas sou o homem que Deus me deu.
Sou as letras que construo e desfaço
sou as histórias que não conheces,
sou homem, não sou PERFEITO!

Alexandre Reis

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

MagiaDeSer



Se da vida tirar a magia
de um saco à minha medida
não faltarão linhas
que o prendem ao infinito.
Não posso consertar a rotina
que descobre em cada esquina
o encontro do Ser.
Nem tão pouco o faz-de-conta
que tanto ou nada importa
se de conta fizer.

Alexandre Reis

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Cereja



Cereja
cálice vermelho de prazer
sensualidade em veludo
sede de tocar.
Lábios de desejo
que debatem provocações,
causam sufoco de emoções
e beijos de sedução.

Vou trincar a haste tenra e fina
que desprende a cereja para a vida.

Alexandre Reis

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Suave



Tão suave
a pele que ninguém sabe,
o encanto que em ti cabe
por ser assim.
Suave,
a onda que te invade,
a brisa fresca da tarde
que arde em ti.

Liberdade,
eterna chama sentida
no destino da vida
que já perdi.
Cidade,
eu fico à espera
que nasça a Primavera
que construi.

Alexandre Reis

domingo, 2 de setembro de 2007

As mãos

De Eugénio de Andrade



Que tristeza tão inútil essas mãos
que nem sequer são flores
que se dêem:
abertas são apenas abandono,
fechadas são pálpebras imensas
carregadas de sono.

Pela noite adiante,com a morte na algibeira
cada homem procura um rio para dormir
e, com os pés na lua ou num grão de areia,
enrola-se no sonho que lhe quer fugir.

Cada sonho morre às mãos doutro sonho.
Dez réis de amor foram gastos a esperar;
O céu que nos promete um anjo bêbado
é um colchão sujo num quinto andar.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Por ti



Por ti
faço nascer outro mundo,
apago os cigarros no lume
e ateio outras fogueiras.
Escrevo em todas as cores
Deito-me num manto de flores
e esqueço aventuras, saudades
sem fim.
Por ti
poderei acabar sem vida
na incerteza de um amor
no rio-sangue das veias.
Para sempre irei viver
se souber que qualquer dia
tu saberás do que sou capaz
para te ter.

Alexandre Reis (J8)

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Vozes roucas



Não vale a pena remar contra a maré.
Da gente se faz nada, sem brio mas com garra
para que o povo possa sentir os pés no chão.
As vozes são poucas, abafadas e roucas,
despedem-se dos corpos vazios e discretos
e perdem-se nas estatísticas e na publicidade.

Atrás de uns e de outros circulam os devotos,
soldados paridos de uma pátria de renegados
que se esfregam nos altares da inquisição.
Acima de tudo isto (livre de qualquer suspeita)
espreita Jesus Cristo, deus-homem ressuscitado
nas finanças, na biblioteca e na televisão.

Alexandre Reis (D15CM)

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Chuva de Verão




Sabe tão bem
a chuva de Verão
água do céu vem
molhar o chão.

O sabor que da terra nasce
é tão doce que entorpece.
Acalma-se a poeira, mansa
e um estrondo soa, cansa.

O calor bebe desta chuva
e recolhe nos seios, a fruta.

sabe tão bem
a chuva de prata
corre e encanta
o coração.

Alexandre Reis (J8)

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Humidade



Slips molhados loucos de humidade,
seios destapados de ouro enrolados
nessa areia que é fogo.
Sabe a maresia a luz da noite,
essa lua à solta pela praia
deserta e cheia de ti.
Enrolam-se as cores dos trapos esquecidos
no mar de conchas ávidas de sentidos,
nas ondas intensas do prazer.
Soltam-se pelo corpo mais pedidos
de navegar nas costas, ao vento
na pele da minha sede.
Percorre-me pelos lábios tal loucura
que movimenta e verte água do meu ser;
É a nua chama de sentir.
Olhos semicerrados, ventres colados,
Apertam-se dedos de música tocados
e unem-se as coxas outra vez.
Arrepios provocados, soluços defraudados
Intensas ousadias causadas
que te entreguei.
Dunas esquecidas, húmidas de vida,
enchem os corpos em frenesim
de ondas salgadas.
Cabe à lua quando quiser
oferecer por mim o amor
que me prende à mulher.

Alexandre Reis (H8)

Procurar



Posso ser
um céu aberto,
um espaço distante,
um zé ninguém.

Posso ter
um mundo imenso,
um amor incerto,
nenhum vintém.

Mas como saber
quem me procura
pela sombra dos dias,
na escuridão?

Alexandre Reis (J7)

sábado, 18 de agosto de 2007

Lágrimas e sorrisos



Sentir teus olhos nos meus olhos
Sentir teus lábios sorrir
Sentir lágrimas perdidas nos olhos
Sentir teus olhos sorrir

Sentir o mundo dos teus olhos
para os meus partir
Amar-te por amar teus beijos
Sorrir-te por sorrirem meus olhos
que teus sabem sentir

Sentir teus lábios nos meus lábios
Sentir teus olhos sorrir
Sentir beijos perdidos nos lábios
Sentir teus lábios sorrir

Sentir o mundo dos meus lábios
para os teus partir
Amar-te por amar tuas lágrimas
Sorrir-te por chorarem teus lábios
que meus sabem sentir.

Alexandre Reis (D15)

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Firmamento



Aqui estou finalmente
tão só como sempre.
Sentado, colado, impedido
de conquistar a voz
que, ofegante, se exprime
compulsivamente.
Pregado ao novo mundo
(imóvel a cada segundo)
em que tudo se move
para voltar ao centro.

Num deslocamento impreciso
sem recenseamento ou pré-aviso
voam bandos de pássaros azuis
na dança do fogo.
Tenho-me crucificado em vão,
aos poucos repiso, venero o chão
e peço compreensão!
A cada dia o céu muda de cor,
debotam-no os voos das aves a motor
cruzando oceanos.

Que pode ser dito
a um mundo em conflito?
Zumbidos mudos... Ouvidos interrompidos...
A ânsia de guerrear enfurece
a inconsciência espectacular
e estridente.

À noite
as estrelas entretêm-se a contar
as luzes da rua dos inocentes.
Por cada um(a)
cresce o firmamento.

Alexandre Reis (J8)

Lágrimas do Mondego



Enquanto o encanto não passa
deixo o rio que me atravessa
e escrevo numa folha de plátano
o destino de lágrimas presas.
Envolvo em asas a memória perdida:
vejo em pormenores a luz da vida
e a sombra do instante.
Quebro a fantasia e parto de madrugada,
encontro nas lágrimas do Mondego
as ninfas da História
que ficou parada.

Mil fontes me rodeiam:
água de amor, de guerra bebidas,
topázio e bohémia.
Qual infante de capa e batina vestidas,
pelas ruas vazias, despidas,
à Lusa Atenas me entrego.
Cidade ruína, futuro de Academia,
de ti caem lágrimas ao Mondego,
de longa História e Roma Antiga,
guardadas no cais, em segredo,
nos olhos de rapariga.

Alexandre Reis (F11)

Vem ter comigo



Vem ter comigo
ao lugar incerto
que prometi.
Vem falar do tempo,
do mundo inseguro
que conheci.

Gosto de ver
por entre os ramos
mil segredos.
Gosto de saber
pintar de cor
nossos medos.

Vem subir o monte
de ideias e sonhos
que construi.
Vem criar magia,
fadas e gnomos
no jardim.

Vem ter comigo
ao lugar incerto
que prometi.
Vem falar do tempo,
do mundo inseguro
que conheci.

Alexandre Reis (I3)

Deriva



Há brados de espanto no ar,
borboletas douradas de fantasia
que se inventam por encomenda
e depois se libertam.
Há sorrisos abertos e livres
de infantes criados nas lides
do mar que se enfrenta.
Laços desfeitos em ternura,
um pouco da minha vida
à deriva.

Não vejo mais nada:
tudo cai despido de alma,
solta ou leve nas penas
que se desprendem
das estrelas mais altas,
luzes da ribalta,
galãs de cinema.

É a fama
que escolhe quem chama
e rejeita quem se deita
ao sucesso ou drama
de ser escrita.

Pergaminhos, papiros da Babilónia,
pedaços de ideias e folhas
nas ondas de cada segredo
da nossa vida.
Por aqui caminho, por aqui crio
as magias de uma arte
que navega ao largo
e passa num braco
à deriva.

Alexandre Reis (H1)

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Salobra

Obra de sal,
arte na água,
saborear-te
na tarde calma.


A água da vida
salta e lava,
refresca e dança
por onde passa.
Que cama sentida
deita a palavra
de areia fina,
doce e amarga.
Nesta corrida
quem te ampara?
Onde nasce a foz,
onde pára a água?

Alexandre Reis (Z1)